O primeiro artigo que Gunnar Santos escreveu foi aos 12 anos de idade, num fórum de games. É óbvio que ele não fazia ideia do que estava fazendo, mas aquele "tópico" (como são chamados os conteúdos em fóruns) o fez descobrir uma de suas paixões: escrever.
Após vários (vários mesmo) projetinhos de blogs, Gunnar teve a primeira experiência de redação profissional em 2018, quando passou a incorporar a equipe de redação do portal GameBlast. No ano seguinte, integrou por poucos meses o time da Torre de Controle, encerrando seus trabalhos como redator de hardnews.
Naquele tempo, Gunnar já conhecia um pouco do universo do marketing digital, mas seu primeiro contato com o marketing de conteúdo e o inbound marketing ocorreu por acidente. Em maio de 2021, ele se registrou na plataforma Marfin para oferecer serviços de redação como freelancer.
Foi uma jornalista no Instagram que me indicou a Marfin. Eu a chamei no Direct para perguntar sobre o mercado para jornalistas e ela foi super solÃcita, me apresentando ao mundo 'ame ou odeie' das plataformas de freela. Falou sobre a 99freelas (onde nunca consegui um job) sobre a Workana, (onde meu perfil sequer foi aceito) e sobre a Marfin.
A grande vantagem de apenas a Marfin ter aceitado o perfil de Gunnar foi a excelente primeira impressão do mercado que ela causou nele. Na maioria das plataformas os preços são negociados diretamente com o contratante — possibilitando valores inferiores e dando margem para que as plataformas se abstenham. Na Marfin, o preço de cada job era compatÃvel e inalterável.
A Marfin intermediava vários serviços, dentre os quais os de redação de artigos e e-books. Os clientes contratavam um serviço e a plataforma o disponibilizava para os freelancers. Nós só tÃnhamos que decidir se aplicávamos ou não para o job baseados no nicho do conteúdo a ser escrito, pois preços e prazos já eram definidos. Eu amava a Marfin porque tanto o preço como o prazo de cada serviço era compatÃvel com o mercado. Sem contar o briefing que a gente recebia: era completÃssimo. Inclusive, é o briefing que eu utilizo até hoje.
Ou seja, a Marfin educou Gunnar sobre o mercado de redação web da forma mais correta possÃvel: preço justo, briefing completo e prazo coerente. O resultado foi uma prestação de serviço de alto nÃvel, que tornou Gunnar uma "referência interna de profissional" dentro da Marfin, segundo o COO da empresa.
Foi muita sorte eu ter começado pela Marfin, porque passei a rejeitar sem dó as demandas absurdas de agências de marketing que parecem viver no mundo da lua, como entregar um artigo de mil palavras em 24 horas e a 1 centavo por palavra. Tem muito disso na redação.
O problema deste cenário é que muitos redatores iniciantes, que veem nas plataformas uma oportunidade de trabalho, acham que esses trabalhos exploratórios são, na verdade, o normal do mercado. Então, se submetem a escrever bem e receber mal.
Pensando em ampliar seu negócio e tentar nivelar o mercado para os redatores, Gunnar lançou em 2022 a WGunnar, sua marca de redação web. A ideia era montar uma equipe de redatores para crescer o portfólio de clientes.
Na WGunnar, todo o processo de produção é baseado na experiência que Gunnar obteve na Marfin.
Eu jamais contrataria um redator para 1) não muni-lo com um bom briefing; e 2) pagar menos que o valor do mercado. Se o orçamento do cliente não contempla um valor justo por palavra, eu não pego o trabalho. Por dois motivos: o primeiro é que se eu pegar, estarei contribuindo com essa exploração aos redatores, conflitando com os valores meus e da WGunnar; e o segundo é que os redatores com quem trabalho são ótimos. A régua aqui é bem alta, razão pela qual existe o Manual de Redação da WGunnar. Mas para o redator capacitado seguir este manual e entregar um bom texto, o briefing precisa ser bom, o prazo também tem que ser realista, as referências precisam ser apontadas... São diversas questões de lucidez que proporcionam um processo de escrita produtivo.
E deu certo. Até o segundo trimestre de 2023 foram mais de 290 mil palavras escritas e mais de 400 textos entregues para mais de 60 marcas.
Mas... Nem tudo são flores.
Apesar da boa aceitação de mercado, a WGunnar pausou suas atividades de março de 2023 a dezembro de 2024. Um ano e meio. A razão?
Eu não gosto de falar sobre coisas que não são o meu campo de fala, então não posso cravar que eu tive um burnout. Mas seguramente eu digo que fiquei mais que esgotado: fiquei enjoado. O Marketing de Afiliados foi um Ãmã para oportunistas. Muita gente querendo enriquecer facilmente. E não é assim. Nada é assim. Quando essa galera percebeu isso, mudou de estratégia, se intitulou especialista em marketing digital e passou a oferecer serviços para empresas. Sem definição de nicho, de especialização, de estratégia. Nada. Cobravam valores de serviço irrisórios, um capital de giro para tráfego pago e pronto. Viraram "agências". Proliferou-se agências de marketing digital dirigidas por leigos que se colocavam como especialistas. Estes, por assistirem no YouTube que Inbound Marketing é importante, contratavam produção de texto sem se importar com a estratégia. Cheguei a ouvir de um cliente que 'o leitor tem que ler a primeira linha e já querer comprar o produto', demostrando total ignorância sobre inbound marketing. Julgo que ele nem saiba o que é SEO.
Hoje, Gunnar reconhece que tirar a WGunnar do mercado foi um erro.
Primeiro, porque não eram todos os clientes da WGunnar dessa forma. Segundo, porque uma empresa receber clientes diferentes do seu ICP é uma questão de posicionamento. A WGunnar até tinha um Instagram e uma página no LinkedIn, mas por ser uma "eupresa", não tinha calendário de postagens. Consequentemente, eu não conseguia falar com meu público-alvo. Era um cenário relativamente simples para o qual eu tomei uma decisão desproporcionalmente drástica... Porém, não querendo me justificar, eu sempre faço questão de passar um ponto de vista que nem sempre é notado: eu jamais tive qualquer capacitação empresarial, enquanto no âmbito individual faltava — e muito — um acompanhamento psicológico para possÃvel diagnóstico de ansiedade e, consequentemente, tratamento. Então, eu me arrependo de certas decisões ao mesmo tempo em que as compreendo.
Gunnar Santos e a WGunnar, então, voltaram a campo em dezembro de 2024, trazendo aprendizado e propósito para retomar a construção de uma bela história.
Nesse tempo que fiquei fora do mercado, compreendi um ponto muito importante do individual do ser humano, que afeta seu campo social: o senso de propósito.
Hoje eu defendo que todas as pessoas possuem talentos. Esses talentos são meios para elas realizarem seus propósitos. E que o mundo seria melhor se cada pessoa vivesse seu propósito.
Eu me vejo como um polÃmata, e um dos meus melhores talentos é escrever. As demandas são como chamados para que eu exerça este meu talento em especÃfico. A execução dessas requisições é feita pela WGunnar.
Essa visão faz com que, aqui na WGunnar, nenhum texto seja apenas um mero aglomerado de palavras com começo, meio e fim. Para além disso, eles são meios para levar a mensagem que o cliente quer propagar ao mundo.